Resolução CREA nº 218 de 29/06/1973 Dispõe sobre as atividades dos profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia "... Art. 2º - Compete ao ARQUITETO OU ENGENHEIRO ARQUITETO: I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e regional; seus serviços afins e correlatos. ..."
Lighting designer – Decoração – Luz e Cor
Estudos que visam entender e explicar a luz nos ambientes tornando-os mais agradáveis, nos fornecem o segmento do profissional Lighting Designer. A importância do estudo desse profissional, antes pouco percebida , hoje confere a esse trabalho o reconhecimento.
Um ambiente agradável, saudável e belo implica na qualidade, intensidade e tipo de fonte de luz que ele recebe. Como é sabido, a cor não existe sem a luz, assim como a reflexão e expansão da luz depende da seleção da cor a ser aplicada no ambiente – paredes, teto, piso, mobiliário e objetos de decoração.
A cor e a luz, provocam reações psíquicas nos indivíduos, e na maioria das vezes elas não são percebidas como causa dessas reações.
A luz natural (sol) é a que menos modifica a cor que escolhemos. Já a luz artificial ( lâmpada ) modifica a matiz da cor.
Tipos lâmpadas:
as incandescentes,
as incandescentes halógenas, dessas ha vários tipos, a mais usada é a dicróica
e as fluorescentes .
Cada uma delas vai interferir menos ou mais na tonalidade da cor. Por isso fique atento, a cor que você escolher no catalogo de tinta na loja, vai modificar o tom se a luz do ambiente no qual ela for aplicada não for a mesma da loja, e na maioria das vezes não é.
Dependendo do posicionamento de uma fonte e do efeito do facho de luz na superfice que ele banha, podemos criar efeitos teatrais e influir na reação das pessoas.
As incandescentes comuns são mais amareladas – quentes, aconchegantes, acalma o ambiente.
As fluorescentes são azuladas – frias, sóbrias, colabora para a dinamização desses locais,
Também deve-se levar em consideração o conforto ambiental. Dependendo da atividade que vai existir em cada ambiente, temos que controlar a intensidade da luz. Variar em locais para leitura, sala para TV e local de trabalho como cozinha e oficina.
A conjugação da luz com a cor do ambiente vai levar a resultados que vão interferir na qualidade de vida e até na saúde das pessoas.
Azul – Verde : Tranquilizantes ( verde mais ) - Distancia - Cor fria
Laranja – Amarelo – Marrom : Estimulantes - Aproxima ( Marrom mais ) - Cor quente.
Violeta : Agressivo - Desestimulante – Intranquilizante – Aproxima muito
Vermelho : Irritante – Aproxima
Cores quentes – aumentam os batimentos cardíacos e a pressão arterial - estimulantes
Cores frias fazem o contrário- tranquilizam.
Um efeito clássico do efeito da luz é a exposição das plantas a luz durante a noite, elas são “enganadas” e crescem mais, pois “pensam” que ainda é dia.
A luz do Sol da manhã é higienizadora, por isso é saudável que os quartos sejam posicionados de forma a receber essa luz.
È importante equilibrar a luz e a cor nos ambientes, para obter um resultado harmônico e saudável.
Wilma Barros
Vila de Olinda e Porto do Recife (século XVI). Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. UNESCO & CEF, 2002. Ouro Preto e os demais povoados de Minas Gerais pertencem ao ciclo do ouro (1700-1780) e ao gosto pelas formas barrocas ou, como afirma Germain Bazin, deixam de lado o Barroco para passar, diretamente, das formas clássicas à elegância refinada do Rococó. Mapa da Comarca de Villa Rica. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. UNESCO & CEF, 2002. Salvador, na Bahia, foi a primeira capital do Brasil e pertence à etapa inicial formativa, concentrada na zona costeira. Ouro Preto, ao contrário, é produto das atividades de exploração mineira na zona das Minas Gerais, descoberta no curso das expedições de penetração do território, no final do século XVII. A cidade surge no começo do século XVIII e, nesse mesmo período, alcança seu apogeu. Macau, no século XVII. Fonte: Museu Aberto do Descobrimento. Ed. Fundação Quadrilátero do Descobrimento, 1994. No século XVII, cajueiro do Brasil chegou à Índia. Fonte: Museu Aberto do Descobrimento. Ed. Fundação Quadrilátero do Descobrimento, 1994.
Uma população indígena numericamente inferior, se comparada com a das regiões de alta cultura, centro-americanas e andinas, a demanda sempre maior por mão-de-obra, e o progressivo aumento das áreas destinadas à plantação de açúcar, motivaram a importação maciça de negros escravos dos portos ocidentais da África. O sistema imperial de Portugal, na América, apresenta várias diferenças com relação ao que foi aplicado pela Espanha e, no entanto, há semelhanças no processo escravocrata utilizado para a exploração de recursos. "Sem escravos não há açúcar e, sem açúcar, não há Brasil" foi o discurso da justificação. Assim, o açúcar foi para Portugal o que a mineração, no México e no Peru, representou para os espanhóis. Escrava africana, Rugendas. Fonte: Brasil Terra Virgem. Terra Virgem Editora, 1999. O sistema imperial português foi menos sistemático e rígido que o espanhol, "mas também menos eficiente. Tarda em se constituir, sofre as conseqüências do interregno determinado pela dominação espanhola sobre a Metrópole (1580-1640) e, imediatamente depois, pela crescente hegemonia britânica sobre a mesma". "A política mercantilista é comparativamente mais flexível e aberta, com um maior grau de penetração do comércio exterior, especialmente a partir do século XVII, através da aliança entre Portugal e Grã Bretanha e a submissão do primeiro à segunda". "A estratificação social é relativamente mais informal e, de fato, menos sistemática e legalizada". "A Igreja tem poderes mais reduzidos e não se estabelece um tribunal da inquisição em separado". "A motivação religiosa e evangelizadora exerce um papel menor e favorece um maior grau de tolerância e facilidades para a imigração estrangeira e de dissidentes do credo oficial". "Ao contrário, a exploração dos indígenas não é minorada por escrúpulos fideístas nem por preocupações políticas, adquirindo, assim, um caráter mais rústico" 2. O engenho de açúcar brasileiro se transforma no protótipo aperfeiçoado da agricultura de plantation, na América, e num instrumento efetivo de ocupação, da colonização portuguesa. Seguramente, chegou a ser a herança colonial mais importante do país 3. Em 1570, havia no Brasil 60 engenhos em atividade. Em 1629 a quantidade passa a ser de 346 e, em 1710, o total é de 528. No entanto, ainda que os engenhos sejam de propriedade dos portugueses, são os holandeses que controlam as operações mercantis e tiram delas o maior proveito. Engenho, Frans Post, 1661. Fonte: O Olhar Distante. Ed. Fundação Bienal de São Paulo, 2000. Os portugueses não passam de intermediários. "No final do século XVI, os holandeses controlavam em torno de 66% dos embarques entre Brasil e Portugal, possuindo uma grande parte do açúcar exportado da colônia. Era Amsterdam, e não Lisboa, que tinha em torno de 25 refinarias utilizando açúcar brasileiro semi-elaborado (1621)" 4. O atrasado sistema econômico de Portugal não pôde competir com as estruturas avançadas da Holanda, Inglaterra e França. A Holanda era uma formação capitalista mercantil que não fundamentava sua economia no sistema colonialista ibérico, escravocrata. Ao contrário, sua política econômica permitia mobilizar "grandes recursos, de mão-de-obra, capital e navios, para ir atrás dos portugueses, até a fonte de seu comércio, e expulsá-los. Nos primeiros cinqüenta anos do século XVII, os holandeses obrigaram os portugueses a reduzir suas operações na periferia da Ásia. No Brasil, se apoderaram do Recife e se mantiveram controlando, assim, o comércio do açúcar, embora não o seu cultivo, entre 1630 e 1654. A ocupação espanhola de Portugal tampouco proporcionou recursos adequados para proteger a cabeça de ponte portuguesa no Brasil. Ainda que os portugueses tenham recuperado Recife em 1654, o monopólio açucareiro brasileiro já havia sido rompido pelo desenvolvimento de plantações inglesas e holandesas no Caribe" 5. A política agrícola de plantações, introduzida pelos portugueses no Brasil, revela, em seu funcionamento, um sistema de dependência e submissão obrigatórias a uma economia capitalista desenvolvida. Com efeito, a plantation, diferentemente da hacienda hispano-americana, é uma unidade econômica independente, criada para produzir artigos essenciais para o consumo externo, ou seja, europeu. A hacienda, ao contrário, é um terreno de grandes dimensões em que se cultivam cereais ou se cria gado. Seus produtos são consumidos localmente, nos centros mineiros ou nas grandes regiões urbanas, como a Cidade do México e Lima 6. Atlas Miller, c.1519. Fonte: Museu Aberto do Descobrimento. Ed. Fundação Quadrilátero do Descobrimento, 1994. Nos centros costeiros e nos lugares onde a topografia permitia, as cidades seguem o costume português de se desenvolver dividindo-se em cidade baixa e cidade alta. Salvador. Cidade alta e cidade baixa. Fonte: Brasil Terra Virgem. Terra Virgem Editora, 1999. Salvador, na Bahia, e Rio de Janeiro, as duas capitais coloniais, são versões americanas inspiradas por Lisboa e pelo Porto. Lisboa, numa iluminura do século XVI. Fonte: Museu Aberto do Descobrimento. Ed. Fundação Quadrilátero do Descobrimento, 1994. Afirma Robert C. Smith que as cidades brasileiras são réplicas das portuguesas, uma vez que, em ambas, as ruas eram traçadas irregularmente ao redor de terreiros acidentados. Suponho, entretanto, que se enfatizou demasiado a irregularidade do traçado das cidades brasileiras, e que se tenha convertido essa "irregularidade" numa de suas características urbanas coloniais. O traçado de Salvador, na Bahia, fundada em 1549, se adapta à plataforma na qual está assentada, com um critério de ordenamento evidente, nas ruas retilíneas, que, mesmo não apresentando o obsessivo parcelamento em tabuleiro de damas quadriculado, como nas cidades hispano-americanas, revela a preocupação de realizar as coisas com uma certa ordem, ultrapassando os inconvenientes topográficos do lugar. Baía de Todos os Santos e cidade de Salvador, Atlas Arnoldus Montanus. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. UNESCO & CEF, 2002. O Rio de Janeiro, fundado em 1567, também adota um padrão regular. Planta do Rio de Janeiro. Fonte: Era uma vez o Morro do Castelo. IPHAN, 2000. São Luís do Maranhão, fundada em 1615, tinha um traçado perfeitamente ortogonal. Planta de São Luís do Maranhão, 1844. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. UNESCO & CEF, 2002. Os holandeses aplicam em Mauritzstadt/ Recife, normas de regularidade urbana muito avançadas e, no século XVIII, não faltam casos nos quais se adota a perfeição absoluta e monótona do traçado quadricular, como em Vila Bela da Santíssima Trindade, Vila Nova de Mazagão, Vila de Macapá, Vila do Pinheiro, Vila Viçosa em Porto Seguro, e nos aldeamentos indígenas traçados por engenheiros militares. Ruínas de Sete Povos das Missões. Fonte: Brasil Terra Virgem. Terra Virgem Editora, 1999. As cidades mineiras das Gerais, têm traçado livre, que se adapta aos movimentos de uma topografia acidentada, e essa "liberdade" se parece muito com a das cidades mineiras mexicanas. Ruínas de Sete Povos das Missões. Fonte: Brasil: territory, people, work, culture. Ed. Prémio, 1997. Sem dúvida, os espaços urbanos apresentam aí, como resultado, um maior movimento, oferecendo repetidas surpresas visuais aos que caminham por suas ruas. Semelhante ao que ocorre no México, a "liberdade" do traçado dos centros urbanos mineiros se deve a um crescimento muito rápido, ocasionado pelo assentamento repentino de grandes contingentes humanos que se reuniam em comunidade, sem planejamento prévio. No início, a topografia abrupta é o que menos preocupa os garimpeiros em busca de ouro e diamantes. Os deslocamentos rotineiros do homem, entre sua residência, a venda e a mina, vão estabelecendo as bases do que logo serão as ruas definitivas. Em Sabará, por exemplo, a fonte de riquezas está no rio que corta a região. Em conseqüência, a cidade se desenvolve como uma longa linha contínua às suas margens. As disposições regulamentares que estabelecem uma certa ordem no traçado, só se aplicarão às cidades mineiras quando o caráter urbano já estiver praticamente definido. Porém, não deixa de ser surpreendente que em Mariana, fundada em 1710, as normas de traçado ortogonal tenham sido aplicadas já em 1740, quando se resolveu melhorar o traçado urbano. Centro Histórico de Diamantina, MG. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. UNESCO & CEF, 2002. Com a fundação de Salvador, na Bahia, (1549) começa uma nova fase do processo de colonização dos portugueses no Brasil. Depois do fracasso do sistema de parcelamento territorial das capitanias, que aspirava realizar uma colonização descentralizada, a fundação de Salvador instaura uma nova política que, em compensação, não concentra todo o poder na recém-fundada cidade. Capitanias hereditárias em 1590. Fonte: Museu Aberto do Descobrimento. Ed. Fundação Quadrilátero do Descobrimento, 1994. Para repartir o controle da imensa costa foi fundado a cidade do Rio de Janeiro, na região sul, e São Luís do Maranhão, na região norte (1615). Esses três centros foram os que realmente iniciaram o domínio do território 9. São Luís do Maranhão, fundada pelos franceses em 1612. Fonte: Brasil. Barueri: Ed. Manole, s.d. O traçado inicial de Salvador, inscrito dentro de um trapézio murado, com baluartes nos cantos, se deve a Luís Dias, que acompanhou Tomé de Souza com o cargo de Mestre de obras da fortaleza e cidade de Salvador. Largo do Pelourinho, Salvador, BA. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. UNESCO & CEF, 2002. Os planos do incipiente assentamento foram perdidos, mas se sabe que a área original era muito reduzida e que, logo, o recinto defensivo teve que ser ampliado. De ambos os lados do Terreiro de Jesus, predomina o traçado em tabuleiro de damas, e se a regularidade não foi maior - adverte Paulo F. Santos - "isto se deve, talvez, ao terreno acidentado, a cujas dobras o plano precisou se ajustar" 10. Em vários projetos do princípio do século XVII, tanto holandeses como portugueses, a cidade revela sua fisionomia definitiva, dividida em cidade alta, com suas duas praças principais, e cidade baixa, com todas as instalações portuárias e as casas dos comerciantes. Mapa de Salvador, J. T. Albernás, 1631. Fonte: América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. A cidade tende, sobretudo, à evolução, mais do que à conservação. Na evolução, a conservação dos monumentos representa um fato propulsor do próprio desenvolvimento. Apesar de algumas perdas, devidas seguramente ao fato de que a função do edifício estava isolada da realidade, ou anacrônica com relação à evolução técnica e social, Salvador conserva a maioria de seus monumentos porque, eles mesmos, se constituíram em elementos primários da cidade, investidos que estão de um caráter mais estável, permanente e decisivo. Independentemente de seu valor artístico, é preciso considerar sua presença histórica e sua qualidade de acontecimento urbano, gerador de vida própria. A presença marcante desses monumentos, definida pelo valor orquestral do ambiente da antiga Salvador, as ruas estreitas que sobem e descem, os palácios transformados em casas de cômodos, algumas casas insignificantes e ao mesmo tempo indispensáveis para a valorização do contexto, e a vida tão viva do povo baiano, fazem de Salvador um monumento total, mágico e eletrizante. Igreja de N. S. da Graça - Seminário de Olinda. Fonte: Alberto Taveira, intervenção sobre imagem de http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb03a.htm Ainda que sejam escassos os exemplos arquitetônicos pertencentes aos anos finais do século XVI, como a Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Olinda, a Arquitetura colonial no Brasil praticamente não tem, desse século, monumentos que testemunhem uma atividade construtiva relevante. De qualquer modo, é impossível fazer uma comparação com as obras que a Espanha deixou em suas colônias americanas. Basta recordar, uma vez mais, a quantidade e qualidade dos conventos mexicanos, para entender a diferença de orientação e procedimentos da colonização espanhola, comparada à portuguesa. A Arquitetura colonial brasileira pertence aos séculos XVII e XVIII e se manifesta como um prolongamento inalterado do sentir arquitetônico da mãe pátria. As recombinações e reinterpretações dos modelos importados, que nas colônias hispano-americanas produzem com freqüência uma especificidade diferencial, estão quase ausentes nas réplicas brasileiras dos modelos metropolitanos. As influências centro-européias e os italianismos que se apresentam em vários monumentos do Brasil são, no final das contas, os mesmos que caracterizam a arquitetura de Portugal 11. "Vista da Bahia", óleo s/tela, Buvelot, c.1850. Fonte: O Olhar Distante - Mostra do Redescobrimento / Brasil 500 Anos. Fundação Bienal de São Paulo / Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000. Salvador, que manteve a posição de capital até 1763, conta com alguns monumentos-chave que permitem identificar os modelos transmitidos e que, ao mesmo tempo, assinalam a influência que tiveram de outras construções coloniais. Por exemplo, a Igreja do Colégio dos Jesuítas e o Convento de São Francisco, com seu magnífico claustro, introduzem características próprias da tipologia arquitetônica portuguesa. A preferência pela igreja de nave única, com um espaço tipo "salão", os tetos com falsas abóbadas de madeira, a ausência de cúpulas, o presbitério - ou capela-mor -, muito profundo, mas de dimensões reduzidas com relação à largura da nave, a pouca importância espacial do cruzeiro, a volumetria cúbica, as fachadas sóbrias com esquemas derivados da arquitetura civil, e a falta de colunas salomônicas e estípites, são apenas algumas das características dos templos luso-brasileiros, tão diferentes dos hispano-americanos. Igreja e Convento de São Francisco, Salvador, Bahia. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. Unesco & CEF, 2002. Colégio dos Jesuítas, Salvador, Bahia, foto Victor Frond, 1858. Fonte: O Olhar Distante: Mostra do Redescobrimento / Brasil 500 Anos. Fundação Bienal de São Paulo / Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000. Além disso, se pode afirmar que a Igreja do Colégio dos Jesuítas, hoje catedral de Salvador, é portuguesa não apenas do ponto de vista conceitual, mas também material. Efetivamente, as pedras de suas paredes exteriores e interiores, arcos, portadas, molduras e tantos elementos mais, vieram como lastro nos navios, prontas para serem montadas na obra. Esse costume se repete em centenas de obras representativas das colônias portuguesas e, além de acusar escassez de mão de obra local competente, explica o nível maior de dependência com relação às formas e às idéias arquitetônicas da mãe pátria. Não é raro o caso do monumento produzido em peças separadas, em Portugal, e, em seguida, transportado para o Brasil, para montagem. É evidente que este procedimento exclui qualquer possibilidade de eventuais "contribuições locais". Igreja de São Roque, Lisboa, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Igreja do Espírito Santo, Évora, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. O exemplo jesuítico de Salvador deriva das igrejas jesuíticas de Évora, e de São Roque de Lisboa, construídas, quase simultaneamente, a partir de 1567, por Alfonso Alvares. A semelhança maior se dá com a Igreja do Espírito Santo de Évora pois, tanto em Salvador da Bahia como no modelo português, o cruzeiro se acentua com arcos de maiores dimensões que os das capelas laterais. Em São Roque de Lisboa, ao contrário, os arcos das capelas e do cruzeiro são iguais. A igreja de Évora, embora se adapte ao programa jesuítico - que reservava o máximo de espaço para a congregação -, precede em um ano o começo dos trabalhos no templo que Vignola constrói em Roma, e apresenta características regionais, como a falta de cúpula, as galerias ou tribunas sobre as capelas laterais e o nártex-vestíbulo da entrada. Igreja de São Francisco, Évora, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Igreja de São Vicente de Fora, Lisboa, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Na própria cidade de Évora, as mesmas características aparecem na Igreja de São Francisco, em estilo Gótico tardio (1460-1501). Não há dúvidas, e isso foi assinalado por Germain Bazin, desde 1949, que tais características foram levadas em conta por Afonso Alvares no projeto da Igreja do Espírito Santo. A presença em Lisboa de Felipe Terzi não altera o caráter local dos templos que Alvares constrói para os jesuítas. Felipe Terzi repete o esquema romano de Vignola na Igreja de São Vicente de Fora, também em Lisboa, mas na composição da fachada ficam evidentes as concessões ao gosto local. Forro do teto da Catedral Basílica de Salvador, Bahia. Fonte: Brasil: norte, sul, leste, oeste. Editora Talento, 2000. Esta solução produz um espaço estático, inscrito dentro de limites retangulares, nos quais o cruzeiro tem uma importância espacial insignificante. Em São Roque de Lisboa, o espaço, tipo "salão", acentua ainda mais a falta de abóbada. As plantas dessas igrejas revelam claramente a adesão e a aceitação do programa jesuítico. Entretanto, apesar dessa semelhança, o resultado espacial é totalmente diferente, quando comparado com o templo de Gesú, em Roma, projetado por Vignola e sede da Companhia. Igreja de Il de Gesú, Roma. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de A History of Architecture on the Comparative Method. B. T. Batsford Ltd., 1950. O templo romano, modelo que mais influenciou as construções religiosas da Ordem, tem no cruzeiro o ponto de maior impacto espacial. Os quatro arcos do cruzeiro interrompem a continuidade da abóbada para receber a grande cúpula, em direção à qual se prolonga o espaço, sublimando-se. O efeito produzido pela penetração espacial da nave, com os braços e a cúpula, falta nas igrejas jesuíticas portuguesas, porque predomina nelas essa solução do tipo "salão", com pequeno interesse espacial. Outro elemento que contribui para a acentuação do espaço-salão, nos templos luso-brasileiros, é a proporção entre o arco da capela-mor, a largura e a altura da nave: trata-se de um arco reduzido, na parede de "cabeceira", que dá acesso ao presbitério, também de pequenas dimensões. Não é comparável ao majestoso arco toral das igrejas romanas, que permite, sem interrupções, a continuidade das diretrizes visuais e espaciais até o abside. Em Salvador, se tem a impressão de que há "muita parede" onde a capela-mor se abre. Capela-mor da Catedral de Salvador, Bahia. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Essa disposição, que seguramente chegou ao Brasil com Francisco Dias, remonta ao gótico tardio, e é evidente no já citado templo de São Francisco de Évora. Cabe lembrar que a semelhança entre o partido distributivo do templo de São Francisco, e o do Espírito Santo, permitiu supor a origem autóctone portuguesa do tipo de templo com nave única e capelas laterais, que muito cedo foi monopolizado pelas igrejas dos jesuítas. Soluções parecidas são também encontradas no gótico espanho, e é quase certo que as capelas laterais do Gesú de Roma possuem antecedentes medievais. Porém, a discussão sobre a antecedência desse tipo de disposição em Portugal, com relação ao Gesú de Roma, tem importância relativa, porque é a diferença significativa da concepção espacial, entre os templos jesuíticos italianos e portugueses, o que imprime a marca que os distingue. Em suas colônias americanas, a Espanha aplica nos templos a pompa romana; Portugal, ao contrário, repete ao pé-da-letra suas características locais. Igreja do Colégio dos Jesuítas de Salvador, atual Catedral. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Templo jesuítico de Santarém, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. A fachada da Igreja do Colégio dos Jesuítas em Salvador, na Bahia, terminada por volta de 1680, tem mais relação com a do templo jesuítico português de Santarém (1676) do que com os de Évora e Lisboa. Trata-se de uma fachada plana, de grande sobriedade em seus elementos inferiores, uma sobriedade mais própria de palácios que de igrejas. Um compromisso entre a Arquitetura civil e religiosa, arrematado por um coroamento extremamente carregado. Com efeito, falta espaço para as volutas que ficam comprimidas entre o frontispício e os pequenos volumes das torres. Uma solução não muito feliz que, embora mantenha relação com a fachada de Santarém, está muito longe do protótipo jesuítico que Giacomo della Porta atribuiu ao Gesú de Vignola, em Roma. Claustro do Convento de São Francisco, Salvador, 1700. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. Unesco & CEF, 2002. O elemento de maior valor arquitetônico é o claustro, de pequenas dimensões se comparado aos limenhos e mexicanos, mas investido de uma grande qualidade e elegância de formas e proporções, derivadas do primeiro Renascimento toscano. Essas formas não são estranhas em Portugal e também podem ser vistas no Convento franciscano dos Guimarães (1600). O claustro de Salvador é superior aos de Olinda e Recife construídos pela mesma Ordem, e não resiste a comparações com os de outras ordens religiosas. Interior da Capela do Rosário, Puebla, México. Fonte: http://www.raulgil.com.mx/images/interior.jpg A diferença de intensidade decorativa é ainda mais patente nas fachadas. Não existem, no Brasil, excessos decorativos comparáveis com os hispano-americanos. Prevalece o desenho arquitetônico claro, simétrico e simples sobre as superfícies lisas. As decorações do tipo horror-vacui não são aceitas e, talvez por isso, se destaca ainda mais a massa volumétrica cúbica, às vezes pesada e com pouco movimento. É freqüente o contraste entre a sobriedade exterior e a riqueza decorativa interior, à semelhança de Portugal e da Europa Central. Não obstante, é necessária a exceção para confirmar a regra, e surge então a fachada da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, anexa ao convento franciscano. Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, Salvador, Bahia, 1710. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de Bahia: Tatuagens. Editora Corrupio, 1997. É uma fachada "mexicana", que chama a atenção, mais por seu sabor exótico, e por não se encaixar no entorno, do que por sua originalidade. No México, passaria quase desapercebida. Segundo os documentos, foi terminada em 1703, isto é, cinco anos antes de ser iniciada a construção do templo vizinho do convento Franciscano. Apesar de sua fachada insólita, o esquema distributivo tradicional português do interior da capela não sofre nenhuma alteração. Igreja do Rosário, no Pelourinho, Salvador, Bahia. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. As igrejas baianas, como a do Carmo, do Rosário, do Pilar, do Bonfim, da Conceição e tantas outras mais, além de estarem investidas de um valor histórico arquitetônico individual, trazem uma imensa contribuição aos valores ambientais e visuais do contexto urbano. Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia. Fonte: Retratos da Cidade: Salvador antes / Salvador agora. Prefeitura Municipal de Salvador, 1998. A posição das igrejas na topografia ondulada, suas fachadas voltadas para praças e largos, com as torres emergindo dos telhados, parecem ter uma função mais estratégica-ambiental do que religiosa. Quando se chega ao Largo do Pelourinho, descendo pela rua Alfredo Brito, a sequência de fachadas, de torres e de tetos estabelece uma integração ambiental cheia de movimento e pródiga em surpresas visuais; as construções de um certo valor arquitetônico se misturando com as anônimas e modestas para compor um valor cromático de grande harmonia. Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Salvador, Bahia. Fonte: Intervenção de Alain Feldman sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Entre as tantas igrejas já citadas, que destacam sua presença no perfil urbano, vale lembrar a de Santa Ana e a de Nossa Senhora da Conceição da Praia. A primeira, por possuir planta cruciforme e cúpula, caso excepcional não só na Bahia como em todo o Brasil. A segunda, pela insólita locação das torres, em diagonal. Construído na Cidade Baixa, entre 1739 e 1765, o templo de Conceição da Praia acusa a influência da arquitetura oficial que imperava em Lisboa, antes do terremoto de 1755. Trata-se de outra igreja pré-fabricada em Portugal, em pedra de Lioz, que chega ao Brasil em pedaços separados e numerados. Eugênio da Mota, português, mestre em cantaria, foi expressamente contratado para montar o "quebra-cabeças arquitetônico", e sua permanência no Brasil foi prolongada até o final dos trabalhos. Igreja do Carmo, Rio de Janeiro, em 1865. Fonte: Foto de George Leuzinger. O Olhar Distante - Mostra do Redescobrimento / Brasil 500 Anos. Fundação Bienal de São Paulo / Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000. Essa transmissão das formas, mais material do que propriamente conceitual, é explicada pela falta de mão-de-obra indígena para tais ofícios, e pela escassez de artesãos portugueses na colônia. Os projetos eram elaborados na sede da Colônia e, quando traçados aqui, nunca passam de repetições dos esquemas tradicionais. Os engenheiros militares tiveram, na atividade construtiva, uma participação preponderante. Todos esses vínculos contribuem para um alto grau de dependência da Arquitetura brasileira com relação a Portugal. Uma situação que difere em alguns aspectos é a que se produz em Minas Gerais, região aurífera, na segunda metade do século XVIII. As causas dessas diferenças seriam explicadas pelo isolamento do lugar, pelo afastamento da costa, que o impedia de receber peças importadas pesadas e, principalmente, pela formação de um ambiente cultural regional, onde os artesãos mestiços substituem os portugueses, interferindo ativamente nas obras, com grande sensibilidade. Fique claro que não tenho a menor intenção de insinuar a existência de uma "sensibilidade mulata"; os mesmos argumentos que expus no capítulo anterior a cerca de uma "sensibilidade indígena", se aplicam neste caso. Ao contrário, aqui se reafirma, uma vez mais, a inconsistência do termo "arquitetura mestiça", uma vez que os que compartilham esse tipo de definição, na melhor das hipóteses, acabarão descobrindo também uma "arquitetura mulata", caso apliquem os mesmos métodos críticos para analisar certas obras brasileiras. Igreja do Rosário, Milho Verde, MG. Fonte: Minas Gerais. Belo Horizonte: VC Editorial Sociedade Comercial, 1997. Em Minas Gerias, a unidade é conseguida pela participação de um grupo que, simultaneamente, compartilha o mesmo gosto, num período de tempo relativamente curto. Para alcançar essa unidade é necessário, entretanto, um período de formação que alcança sua plenitude nas quatro décadas finais do século XVIII. Começando com as primeiras e modestas capelas, com estruturas de madeira, a evolução transita pelo período das igrejas matrizes, e tem o momento de qualidade máxima nas obras chamadas de "estilo Aleijadinho" ou "estilo Mineiro". O nível cultural evolui, independentemente dos momentos de apogeu econômico. Na realidade, a mais alta qualidade artística se dá quando a exploração do ouro já está tendente ao esgotamento. Além do isolamento da região, as escassas e péssimas vias de acesso e comunicação com a costa, o rígido controle que se mantém em toda a região do ouro, a proibição de entrada das ordens religiosas, para atuar na área, e um crescimento demográfico violento e concentrado, contribuem para a impulsionar a formação de uma expressão regional, que é distinta da que se desenvolveu na costa. As torres cilíndricas, as plantas curvas, o sabor Rococó da decoração, o maior movimento dos elementos arquitetônicos de fachada, a alta qualidade escultórica dos trabalhos em pedra sabão, e a integração das influências boêmias, austríacas e piemontesas, com as tradições portuguesas, são alguns dos aspectos que conformam a fisionomia da arquitetura mineira. Detalhe do medalhão da Igreja do Carmo, Ouro Preto. Fonte: Minas Gerais. Belo Horizonte: VC Editorial Sociedade Comercial, 1997. O fenômeno arquitetônico de Minas Gerais é um episódio isolado, do ponto de vista regional, embora permaneça estritamente vinculado à transmissão de parâmetros culturais impostos em toda a colônia. O aspecto que diferencia a arquitetura mineira daquela do litoral, se define, sobretudo, no final do último terço do século XVIII e princípios do XIX. Entre 1760 e 1810, a atividade construtiva atinge sua máxima intensidade e qualidade, graças à intervenção de vários artistas, entre os quais se destaca a personalidade do Aleijadinho. Antonio Francisco Lisboa, O Aleijadinho. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de http://www.vidaslusofonas.pt/aleijad1.gif Desde o descobrimento da riqueza do ouro em 1690, até a consolidação dos centros urbanos, e a conseqüente construção de obras de uma certa relevância, transcorrem quase trinta anos. As lutas entre os descobridores da riqueza e os aventureiros que invadem a região, suas inevitáveis rivalidades, reivindicações e insurreições, mantém uma constante azáfama em toda a região. Em outras palavras, a situação é a menos indicada para as atividades arquitetônicas. Essa desordem termina a partir da atuação do Governador Conde de Assumar (1717-1721), que aplica rígidas medidas disciplinares para vencê-la. Filipe dos Santos, líder da Rebelião Mineira de 1720. Fonte: http://www.multirio.rj.gov.br/.../modulo01/imagens/imagens8_11.jpg Para entender a formação e evolução da arquitetura mineira, podem ser considerados quatro períodos:
As primeiras capelas levantadas na região revelam a insegurança do assentamento. São pequenas, simples e modestas. Capela do Padre Faria, Ouro Preto, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Repetem modelos rurais, tradicionais em Portugal, seja nas plantas, seja nas fachadas, que quase sempre têm uma porta, abaixo de duas janelas, e um óculo redondo no frontão triangular. Muitas dessas capelas desapareceram, por que o local em que foram construídas não prosperou, ou por que um templo de maiores dimensões foi feito no mesmo lugar. Embora reformada, a chamada Capela do Padre Faria, em Ouro Preto, serve para dar uma idéia dessas características tipológicas. Outra pequena capela, parece que de 1717, a de Nossa Senhora do Ó, em Sabará, adota uma solução poligonal com um pequeno campanário sobre a entrada principal. Igreja de N. S. do Ó, Sabará, MG. Fonte: Minas Gerais. Belo Horizonte: VC Editorial Sociedade Comercial, 1997. O sistema estrutural é constituído por pilares e vigas de madeira, próprio das primeiras construções da região. O sistema estrutural muda depois de 1740, isto é, quando se descobrem as pedreiras de quartzo. Entre a profusa decoração interior dessa capelinha, há vários painéis pintados com motivos chineses. Influências chinesas na decoração da Capela de N. S. do Ó, Sabará, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveirasobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Existem outros semelhantes, pintados na igreja matriz da mesma cidade. A aparição desses motivos orientais não deve ser interpretada como influência estranha, são simplesmente memórias formais de alguém, quem sabe algum religioso que, antes de chegar ao Brasil, passou algum tempo na longínqua colônia portuguesa de Macau, na China. Os beirais arrebitados, do telhado da torre, recordam também formas costumeiras do distante Oriente. Igreja Matriz de Mariana, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Igreja Matriz de N. S. da Conceição de Antonio Dias, Ouro Preto, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de Patrimônio Mundial no Brasil. Unesco & CEF, 2002. A Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de Antônio Dias, em Ouro Preto é do tipo que possui corredor lateral em ambos os lados da nave. Praticamente, nave e presbitério conformam uma construção inscrita dentro de outra, com maiores dimensões. Igreja Matriz de N. S. da Conceição de Antonio Dias, Ouro Preto, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Os critérios diferenciados, dos templos hispano-americanos e luso-brasileiros, com relação à percentagem de espaço para os diversos usos, não deixa de chamar a atenção. Igreja de N. S. do Pilar, Ouro Preto, MG. Imagens: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagens de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Segundo Silvio de Vasconcellos, "a nova fase da arquitetura regional tem seu ponto de apoio, e primeiro ensaio, na Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, em Caeté". Seu projeto é de Manuel Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho. Trata-se de uma construção pesada, forte, bastante estática. Nas suas dimensões e na altura, ultrapassa todas as igrejas já citadas anteriormente. Igreja de N. S. de Bonsucesso, Caeté, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Em grandeza, a única que a iguala é a de Catas Altas. Em ambas, existem trabalhos de Antônio Francisco Lisboa. Na primeira, ele participou da execução dos retábulos e, na segunda, opinou sobre o conjunto da obra e esculpiu imagens" 12. O volume é imponente na escala urbana; a fachada, plana e sóbria; e os interiores conformam um conjunto unitário, pela seqüência de retábulos, brancos e dourados. As igrejas construídas nas regiões mineiras, depois de 1790, são muitas. Várias delas repetem os esquemas tradicionais retangulares. Outras, procurando estar de acordo com o gosto do momento, se enriquecem com acréscimos ornamentais, aplicados sobre o mais severo esquema pré-existente. No caso da Igreja do Carmo, em Sabará, iniciada em 1763, segundo os planos do mestre de obras Tiago Moreira, uma vez mais, há interferência do Aleijadinho, até 1770-71. Essas intervenções, nem sempre alcançam um resultado satisfatório. Embora se trate de um artista do padrão do Aleijadinho, os acréscimos da Igreja do Carmo não conseguem se integrar no caráter rígido do edifício, que permanece preso a uma tradição mais austera. De maior interesse, são as obras que o Aleijadinho realizou no interior do templo, especialmente o coro curvilíneo sustentado por atlantes. Igreja de N. S. do Carmo, Ouro Preto, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de Minas Gerais. Belo Horizonte: VC Editorial Sociedade Comercial, 1997. A transição entre as formas retangulares e curvilíneas se manifesta na Igreja de N. Senhora do Carmo de Ouro Preto. O templo, construído no alto de uma colina, domina toda a cidade. Sua construção foi iniciada em 1766, segundo projeto de Manuel Francisco Lisboa. Devido à morte do mesmo, no ano seguinte, seu filho, o Aleijadinho, se encarrega da obra e a modifica de maneira notável. "Suprime as portas da fachada, recua ligeiramente as torres e constrói as paredes ondeadas, libertando a composição das formas rotineiras do estilo, para lhe dar maior desenvoltura, depurando-o. A clarabóia passa a participar mais acentuadamente da composição, construída no centro focal, e a sobreverga se enriquece com alto-relevos fito e antropomórficos, mais ou menos livres, sobre a parede branca, como se flutuassem no espaço" 13. As torres perdem a rigidez cúbica e a cornija, que nos templos anteriores é sempre uma linha reta que divide a fachada em dois, move-se com uma curva ascendente para destacar o lugar da clarabóia, enquanto a magnífica e delicada portada se impõe na superfície côncavo-convexa. Assim, nasceu o "estilo Aleijadinho". Os Profetas do Aleijadinho, na escadaria da Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, Congonhas do Campo, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Neste ponto, é preciso esclarecer que não se compartilha aqui o entusiasmo de muitos historiadores e críticos brasileiros, quando se trata de demonstrar a originalidade das obras do Aleijadinho. Não se desconhece a genialidade deste artista mulato, multi-facetário, nem se pretende minorar o conceito que desfrutam suas qualidades de artista completo, dotado de excepcional sensibilidade e capacidade. Também não interessa analisar o mito e a lenda em que sua personalidade foi envolvida. "Que o Aleijadinho é um grande artista, suas obras o demonstram. Porém, é também certo que quase toda essa produção pode ser associada aos modelos portugueses, incluindo as famosas estátuas de Congonhas (c. 1800), que são versões estilizadas de estátuas desenhadas pelo grande artista rococó, André Soares de Braga, antes de sua morte, ocorrida em 1769. As mesmas, pertencem a uma tradição de figuras bíblicas, vestidas de modo exótico, que tem origem nas pinturas e esculturas flamengas, levadas para Portugal no princípio do século XVI. As complexas plantas curvas de certas igrejas do século XVIII, desenhadas pelo Aleijadinho e seus colegas em Minas Gerais, consideradas por longo tempo como uma criação original dos gênios brasileiros, podem ser relacionadas às estruturas desenhadas por André Soares em Portugal" 14. Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto, MG. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de http://www.ufop.br/OuroPreto/atrativo.sfran.htm Compartilho a opinião de Robert Smith. Ainda que "toda a produção do Aleijadinho possa ser associada aos modelos portugueses" ela não mantém dependência total dos mesmos, nem se manifesta passivamente. Pode ser que em Portugal exista uma igreja ou igrejas que influenciaram a concepção arquitetônica de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. Igreja do Senhor dos Passos, Guimarães, Portugal. Fonte: http://www.geocities.com/~cagei_cretin/images/gui6.gif Em Guimarães, a do Senhor dos Passos, contemporânea da igreja mineira foi citada e comparada com ela várias vezes. Mesmo que não exista o modelo que serviu para se fazer a "cópia", é evidente que as idéias, experiências e obras de artistas como André Soares podem ter influenciado a obra do Aleijadinho. Apesar disso, no caso do artista mineiro, sabemos que não se trata de uma produção de nível re-interpretativo mas, seria melhor dizer, que ele possui uma obra de nível re-criativo. Catedral de Ayaviri, Puno, Peru. Fonte: http://www.antroposphera.org/imagem/Catedral.jpg São Francisco é uma obra arquitetônica válida porque seu autor, além de conhecer Arquitetura, demonstra uma sensibilidade que lhe permite "fazer" Arquitetura. A Catedral de Puno é mais uma "construção", entre outras, e nesta definição, aparentemente insignificante, situa-se a grande diferença. O movimento produzido pelo avanço do corpo central da fachada, o posicionamento recuado das torres, parcialmente articuladas à estrutura da nave, a importância didática do medalhão que substitui a clarabóia, a qualidade plástica da portada e, principalmente, a harmonia admiravelmente proporcionada pelo conjunto fazem, desse monumento, a obra-chave da Arquitetura mineira. Igreja de São Francisco de Assis, São João del Rey, MG. Fonte: Minas Gerais. Belo Horizonte: VC Editorial Sociedade Comercial, 1997. Depois de haver citado a planta elíptica do templo de São Francisco em São João del Rey, é preciso meditar um pouco sobre as igrejas brasileiras com plantas curvas. Muito se escreveu a respeito e os trabalhos de Germain Bazin, Paulo Santos, Mário Buschiazzo, Robert Smith, Rodrigo Melo Franco de Andrade, J. B. Bury e outros dão a impressão de que o tema foi suficientemente pesquisado. Todos os possíveis modelos europeus, com seus respectivos autores, foram citados nas análises comparativas. Borromini, Bernini, Gómez de Mora, Nazoni, Ventura Rodriguez, Juvara, Guarini e Soares são os nomes que se deve citar, quase obrigatoriamente, quando se estuda esses monumentos. Parece que o tema está esgotado e que não há mais nada a dizer ou, pelo menos, muito pouco a acrescentar. Esta impressão encerra alguma coisa que é realmente certa, quando se admite que os estudos sobre a Arquitetura colonial brasileira se realizaram com mais seriedade e com um nível científico maior que os dedicados às manifestações equivalentes hispano-americanas. Plantas das igrejas do Outeiro da Glória (RJ), de São Pedro, em Mariana (MG) e do Rosário dos Pretos, em Ouro Preto (MG). Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. O procedimento é lógico, embora alguns pontos permaneçam obscuros, ou pelo menos duvidosos, tal como as datas de realização dos monumentos. Pode parecer que o autor das duas igrejas mineiras é o mesmo, tal a semelhança entre as plantas, o que confirma esse ponto de vista. A discussão sobre a paternidade, se de Antônio Pereira Souza Calheiros, Manuel Antônio Araújo ou Antônio Pereira dos Santos, tem importância relativa, até porque os últimos documentos descobertos favorecem o segundo, que teria sido muito ativo na zona mineira nas três últimas décadas do século XVIII. Igreja de N. S. do Rosário dos Pretos, Ouro Preto, MG. Fonte: Patrimônio Mundial no Brasil. Unesco & CEF, 2002. E como as plantas da Igreja do Rosário de Ouro Preto, e de São Pedro de Mariana são do mesmo autor, suponho que o formato final resulta da soma de influências que derivam, principalmente, de quatro fontes: a igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, a da Glória do Outeiro, no Rio, as obras de André Soares, e o livro de Arquitetura de J. B. Fischer von Erlach, publicado em 1725. O Farol de Alexandria, segundo J. B. Fischer von Erlach, 1721. Fonte: http://7merveilles.free.fr/phare/064.jpg É fácil compreender que se pode voltar ainda mais atrás e chegar a Guarini, Borromini e Vignola, mas isso seria equivalente a repetir discussões já realizadas. A Igreja de São Francisco, que o Aleijadinho construiu em Ouro Preto, pode ter influído na localização recuada das torres cilíndricas, em parte incorporadas na estrutura das paredes da Igreja do Rosário. O templo da Glória do Outeiro, no Rio, pode sugerir a forma em "oito" da planta. Os desenhos curvilíneos de André Soares podem ter tido repercussão na zona mineira, do mesmo modo que o livro de Fischer von Erlach. É sabido que a esposa de D. João V, rei de Portugal, ao longo de quase toda a primeira metade do século XVIII, foi Mariana d'Áustria, que patrocinou a atividade de artistas de seu país de origem em Portugal. Basta mencionar Karl Mardel. Não é de estranhar que o livro publicado em 1725 pelo arquiteto da corte vienense J. B. Fisher von Erlach, além de ser conhecido em Lisboa, tenha chegado também ao Brasil. Se compararmos a gravura que ilustra a fachada curva do Kollegienkirche de Salzburg (1695) com a fachada do Rosário de Ouro Preto, fica difícil desconsiderar a existência de parentesco. A solução do pórtico de entrada, com os três arcos em curva, aponta para uma enorme semelhança. É certo, entretanto, que essa semelhança de plantas termina aí, já que as torres do Rosário são redondas e as de Salzbourg quadradas. Detalhe das plantas das igrejas do Rosário dos Pretos, Ouro Preto (MG) e de São Pedro, Mariana (MG), além do Kollegienkirche, de Salzburgo, Áustria. Fonte: América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Além disso, a planta do templo austríaco não é ovalada. Mas, no templo de São Pedro de Mariana - a cidade que tem o nome da rainha austríaca -, as torres quadradas revelam uma semelhança maior com o modelo de Fischer von Erlach. As torres de São Pedro foram levantadas neste século mas, em 1820, quando as obras do templo foram paralisadas, suas paredes já estavam traçadas e as fundações prontas. Uma vez mais, a semelhança entre as plantas se limita à parte frontal. A forma em "oito" não tem nada a ver com Fischer von Erlach. Por isso, é possível pensar em outras influências mais diretas, como a que poderia ter tido a igreja da Glória do Outeiro, no Rio. Em todo caso, não seria demasiado assinalar que duas páginas adiante, no livro de Fischer, aparece a planta ovalada da igreja de São Carlos de Viena. Outra relação com a fachada do templo mineiro, sobretudo na forma do frontispício que a arremata, pode ser encontrada, também, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Lisboa, que Joaquim de Oliveira construiu entre 1760 e 1770. Mas a superfície da fachada portuguesa é plana. É conveniente insistir que o templo do Rosário, em Ouro Preto, é uma obra "barroca", por sua concepção arquitetônica, e não pela concentração delirante de elementos decorativos na fachada. O fato de que reúna e misture várias influências não afeta a segurança do conceito arquitetônico que orientou sua realização. Igreja de N. S. das Mercês, Lisboa, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Sobre a Igreja de N. S. da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, existem muitas dúvidas com relação à data de sua construção. Igreja de N. S. da Glória do Outeiro, RJ. Fonte: Rio de Janeiro: vôo do olhar. Rio de Janeiro: Editora Index, 1997. A versão mais aceita é a que fixa o ano de 1714 para o início e o de 1739 para a conclusão das obras. Outros dizem que os trabalhos começaram em 1741, e outros ainda, em 1781. A paternidade do projeto se atribui ao Tenente Coronel José Cardoso Ramalho, que é considerado também o autor da Igreja de São Pedro dos Clérigos, hoje desaparecida. Igreja de São Pedro dos Clérigos, demolida para a abertura da Av. Presidente Vargas, Rio de Janeiro. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de América, Barroco y Arquitectura. Caracas: Ernesto Armitano Editor, 1972. Cardoso Ramalho foi nomeado Capitão-Engenheiro do Rio de Janeiro em 1738, e este dado, por si só, é suficiente para questionar a autoria, se as obras começaram em 1714 ou em 1781. Além disso, o partido arquitetônico da Glória do Outeiro é tão diferente daquele de São Pedro dos Clérigos, que fica muito difícil atribuir sua paternidade a uma mesma pessoa. A Igreja da Glória do Outeiro tem vínculos mais estreitos com a tradição portuguesa, mesmo que se diga que a forma de sua planta foi "precursora" da que Nazoni desenhou para a Igreja dos Clérigos (1732), na cidade do Porto. Ainda em Portugal, por exemplo, a Igreja do Senhor da Cruz, em Barcelos (1708), provavelmente de João Antunes, apresenta um aspecto exterior, com torre sobre a entrada principal, e planta ovalada, que acusa um ar de familiaridade com a igreja carioca. São Pedro dos Clérigos (1733-38), em contrapartida, apresenta, em sua planta, um italianismo mais direto, apesar da alteração espacial produzida pelo presbitério de tradição lusitana. Igreja do Senhor da Cruz, Barcelos, Portugal. Fonte: Intervenção de Alberto Taveira sobre imagem de http://www.portugaltravelguide.com/images/ib/hi-res/barcelos.jpg As torres cilíndricas, de cada lado da fachada, também podem ter exercido alguma influência no partido adotado para a Igreja do Rosário de Ouro Preto. O "estilo mineiro" culmina sua expressão regional nos séculos XVIII e XIX. O isolamento facilita a persistência das formas e dificulta a adoção de novos conceitos. As igrejas do Carmo, em Mariana e São João del Rey, podem ser citadas como exemplos significativos que fecham o capítulo arquitetônico de Minas Gerais. O templo do Carmo, em Mariana, que junto com São Francisco forma um dos espaços urbanos mais bem resolvidos, repete os esquemas tradicionais retangulares, as torres cilíndricas, a cornija que deixa lugar à clarabóia, o movimento sinuoso do arremate e a qualidade escultórica da portada, que reafirmam a persistência de experiências anteriores. A outra igreja do Carmo, em São João del Rei, estrategicamente situada em uma pracinha que prolonga a diretriz visual da rua que lhe serve de eixo, acentua perfis Rococó até meados do século XIX. Em 1816, ainda se discutia a questão do frontispício e, em 1853, foi concluída a cobertura. A forma do frontispício, ao invés de ser simplificada, segundo o padrão Neoclássico, apresenta um movimento que não tem nenhuma relação com a cronologia estilística. Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, Congonhas do Campo, MG. Fonte: Brasil: norte, sul, leste, oeste. São Paulo: Editora Talento, 2000. Entretanto, a obra que dá um fecho a todo o período está em Congonhas do Campo: quando se sobe a escadaria dos profetas e se chega ao átrio da Igreja de Bom Jesus do Matosinhos, temos a sensação de deixar para trás a última expressão válida do Barroco europeu transmitida à América, a última obra importante que o Aleijadinho legou ao Brasil. Não se trata de uma obra de criatividade original; há antecedentes góticos, flamengos e portugueses presentes nas estátuas. O conjunto do templo, da escadaria e das capelas dos Passos da Paixão revelam a intenção de reproduzir, em escala provinciana, o Bom Jesus de Braga, de Portugal. Igreja do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal. Fonte: http://www.leksykony.pl/zamki/portugalia/images/p_braga3.jpg Pode ser, até, que tudo não passe de uma derivação, mas a verdade é que se "sente" a presença de um artista. É seguramente este "sentir" que desperta um entusiasmo talvez exagerado mas, ao mesmo tempo, justificado. Porque apesar de todas as repetições, reproduções, recombinações, controles opressivos, dependência e falta de liberdade que preenchem a fisionomia de três séculos de "arte colonial", há um pulsar novo: o de um artista mestiço que, acima de todos os preconceitos raciais, deixa a mensagem permanente da genialidade do homem. NOTAS |
Prof� Dra. Carla Mary S. Oliveira Departamento de História - Universidade Federal da Paraíba - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Cidade Universitária - Conjunto Humanístico - Bloco V - Castelo Branco - João Pessoa - PB - CEP 58.051-970 - Brasil Telefax: 55 (83) 216-7339 - E-Mail: cms-oliveira@uol.com.br |
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